Edward Wale, muito cedo aprendeu a tomar decisões em sua
vida. Ainda adolescente teve que optar em mudar-se com os pais para os EUA, ou
continuar no seu país de origem, e seguir
carreira militar entrando na Escola Naval do Chile. Optando pela
segunda, conseguiu alcançar o posto de segundo tenente. Conheceu muitos
lugares, fez muitas amizades e ficava muitos meses em alto mar.
Depois de anos na Escola Naval, juntou-se aos pais nos EUA
para estudar engenharia aeronáutica na Universidade de Nothrop, em Los Angeles.
Sua afeição por aviação fez com que viesse até a pilotar.
Alguns anos depois de ter saído da faculdade, já se
destacava na área de negócios, tornando-se um grande empresário. Atuava em
diversos ramos como aviação e o setor imobiliário. Construiu luxuosos
condomínios e campos de golfe. Chegou a ser considerado um dos melhores
construtores do oeste norte-americano.
Ficou milionário. Era bem sucedido em tudo o que fazia, o
que lhe permitia ter as coisas que o dinheiro pode comprar: mansões, iates e
ate o próprio avião .
Com o tempo, entretanto, Edward tornou-se escravo do seu
próprio sucesso, dando atenção apenas a isso e acreditando que qualquer ação
era justificável para alcança-lo.
Sua mulher e seu filho não cabiam na sua agenda e ele
praticamente não visitava os pais. Seus amigos era só os que lhe interessavam
para os negócios. Desse modo, foi se afastando das pessoas que realmente
gostavam dele.
Aos 40 anos, porem, aconteceu algo que mudaria sua vida para
sempre. Ele voltava de uma viagem para a Califórnia, pilotando seu avião
particular, quando houve uma explosão no tanque de combustível e um grande
incêndio.
Ele ficou preso no avião e teve queimaduras de terceiro grau
em 90% do corpo. Ainda pior: teve as duas poernas e vários dedos amputados. No
hospital, foi declarado clinicamente morto por três vezes. Acabou sendo
reanimado, mas ficou em coma por seis meses.
Quando despertou do coma, não havia ninguém no hospital além
de médicos e enfermeiras: nem sua mulher e o filho, nem seus amigos ou
conhecidos. Aos poucos, foi descobrindo que não havia perdido só as duas
pernas. Havia perdido tudo: suas mansões, seus iates, seu avião particular,
suas empresas. Perdeu também sua esposa, que pediu divorcio após um casamento
de dez anos, e perdeu o amor do filho, que já não queria vê-lo.
Todas as propriedades e os negócios que ele possuía não
existiam. Tua pelo que ele havia trabalhado tanto havia desaparecido.
O comportamento da mulher e do filho não o surpreendeu.
Afinal, eles já tinham sidos perdidos muito antes do acidente, pois sua agenda
só cabiam dinheiro e poder.
Tanto dinheiro, tanto poder, e tudo o que restou foi uma
cama de hospital, na qual mal conseguia movimentar o pescoço. Mesmo após seis
meses em coma, a dor que sentia em decorrência das queimaduras que cicatrizavam
era excruciante e por isso vivia a base de morfina.
A perspectiva de ficar o resto da vida imóvel, tendo de ser
cuidado por outras pessoas, era desoladora. Certa vez, quando realmente não viu
mais esperança em sair daquela cama, pensou que tinha tido uma boa vida,
realizado muita coisa e que poderia “ir embora” em paz. A morfina estava
conectada a sua veia e ele mesmo regulava a quantidade, para poder controlar a
dor. Então decidiu: “vou aplicar uma overdose de morfina em mim mesmo e acabar
com esse sofrimento”.
Justamente naquele instante, por conjunções que não se
explicam, avistou em sua cabeceira uma foto do filho Michael. A foto fora
deixada por sua mãe, durante o coma. Seu filho estava sorrindo.
Esse foi realmente o momento de seu renascimento. Sua mente
mudou. Largou o dispositivo que liberava a morfina e disse a si mesmo:
- Não vou fazer isso.
Vou ficar e lutar! Tenho de deixar um ensinamento para meu filho: aconteça o
que acontecer na vida de uma pessoa, ela deve seguir em frente.
A partir desse momento, sua recuperação teve inicio.
Os médicos lhe diziam que se algum dia ele chegasse a se
sentar, seria um milagre. Entretanto, ele tinha um proposito claro e isso não o
desanimava. O objetivo que estava mais próximo dele era se sentar e, com muito
esforço e dedicação, ele conseguiu alcançar o “milagre” de se sentar.
Quando tudo parecia impossível, ele se lembrava do filho e
continuava. Ele tinha um forte motivo a impulsiona-lo.
Em dois meses, já estava conseguindo fazer 200 exercicios
abdominais por dia e o que parecia um sonho já era realidade. Contudo, ele
queria mais. Ele queria voltar a andar e a pilotar aviões! A falta das pernas
não o impediria de perseguir seu objetivo.
Quando saiu do hospital, os pais o acolheram. O resgate
daquela relação foi mais um fator que impulsionou para a recuperação. Aos
poucos, foi se acercando do filho, buscando recuperar o tempo perdido, não por
causa do coma, mas por todo o tempo em que ele esteve em perfeita saúde e não
lhe dera atenção.
Com o tempo, conseguiu colocar próteses artificiais como
pernas e voltou a andar, também voltou a pilotar. Mais que isso, voltou a se envolver
com a indústria de aviação como consultor e foi novamente se destacando
na tarefa de transformar empresas aéreas praticamente falidas em negócios lucrativas.
Certas vez, um investidor com quem negociava um alto aporte
para recuperar uma empresa aérea falida
lhe disse:
- Eu já investi três vezes nessa empresa e todos que
tentaram reergue-la falharam. Por que deveria dar dinheiro para você ?
Edward respondeu:
Porque eu mesmo fui declarado morto três vezes, e não desisti.
E saiu de lá com o cheque em mãos.
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